Hoje eu abro meu espaço do blog para um momento muito especial para mim, render um tributo a um Amigo, um Filho, um Companheiro fiel e inesquecivel. Meu golden retriever, chamado Iki.
Exatamente 1 ano atrás, em 28/06/2013, lutávamos juntos em virtude de um derrame cerebral sofrido por ele em que parecíamos vencer...parecia apenas. Ele faleceu alí na mesa da clínica veterinária após outra grave crise. O que dizer do Iki? Que mesmo 1 ano depois, eu continuo sentindo sua falta. Ainda lembro da escolha que ele fez à nossa familia. É verdade. Não fomos nós que o escolhemos, mas ele que se aproximou e pediu para ser pego no colo. Foi paixão à primeira vista. Foram ainda 30 dias esperando o final do periodo de vacinas para depois vê-lo entrar pela porta de casa.
Estávamos em Joinville/SC, familia nova, recém chegados e a presença dele nos garantia não mais sair de casa para viver em um apartamento. Ele fazia parte de nossa liberdade. Ocupava rapidamente os espaços da casa e se aproximou carinhosamente do Snoopy, um calopsita que adorava mostrar ao Iki que chegou primeiro e merecia respeito. Algumas bicadas no focinho depois, ele aprendeu realmente a lição e da boa convivência. Saímos à busca de uma cama para o Iki, afinal a chuva era companhia frequente em Joinville e assim ele dormiria na lavanderia, dentro de casa. Uma saída ao Angeloni do bairro América e na pet shop do térreo, uma macia e enorme cama compramos, já pensando no tamanho final. A cama foi um divertimento por anos para ele. Ainda filhote um momento inesquecivel. A teimosia dele em não largar a vassoura na limpeza de casa, o fez ser fechado temporariamente no banheiro, como forma de permitir a limpeza. Aceitou? Ficou calminho? kkkkkk. Quando aberta a porta, lá sai aquele gordinho dourado puxando a ponta do rolo de papel higiênico pela casa toda e quanto mais era chamado, mais corria e se divertia. Sabedor de onde sua ração era guardada, chegada a hora da comida, se postava sentado e latindo em direção à porta do armário e dalí só saía para ficar em pé ao lado da pia, babando, enquanto seu prato era preparado.
Crescendo rápido, depois de liberado pelo veterinário, começou a viajar conosco, para São Paulo e para Penápolis e sempre fazendo sucesso pelo caminho. Um orgulho. O Iki mostrava seu sentimento de alegria por nos ter por perto. Fazia questão de sentar imediatamente ao nosso lado à distância do mimo. Não se podia abrir a porta do carro, que já queria entrar e se entrasse, tinha que passear alí e foram muitos passeios.
Quando passou a ficar mais sozinho durante o dia em casa, por causa de nossa nova rotina de trabalho, mostrou sinais de depressão. Em um aprendizado com especialistas, uma hipótese, a de que ele precisava de um companheiro. A busca pelo companheiro ideal chegou ao Shyriú, um pastor alemão aprovado de bate pronto, por nós e muito mais por ele Iki.
A partir daquele dia um não vivia sem o outro. Ao longo de 6 anos de convivência, pude presenciar apenas 2 momentos de rápido desentrosamento entre os dois. A parceria e sincronismo entre eles dois e nós, tornava o ambiente familiar muito gostoso. Mesmo crescido, jamais o Iki deixou de lado a esperteza em fazer "arte". O preferido era ir buscar seus brinquedos que escondíamos dele. Nunca deixou de encontrar e quando não sabia como pegar, abria a boca a latir e a apontar para que alguém fosse lá pegar e entregar para ele. A familia toda aprendeu isso e era só ouvir o Iki latir que alguém saía para ver o que ele queria pegar.
Nos mudamos para Penápolis/SP e alí, como o bairro era novo, com muito espaço ainda sendo construido, tanto o Iki quanto o Shyriú passaram a ter espaço para poder andar solto por longos gramados, durante os passeios. Logo os meninos encontraram também mais diversão e fidelidade com nova parte da familia. Em uma fase de transição de cidade e convivência, passamos a ser mais presentes em casa e isso aumentou o grau de percepção e entrosamento entre nós e os meninos. Entretanto, um local assim, ainda escondia segredos perigosos. O Shyriú quando via algo que não conhecia, inteligentemente se afastava, mas o Iki era o curioso elétrico. Ele queria conhecer tudo, tocar, cheirar e em determinado momento deste, foi envenenado pelo toque em um sapo. Demoramos a entender o que se passava e o pior, era um domingo à noite. A busca urgente pela lista telefônica e por sorte, uma veterinária que fazia o acompanhamento de animais internados na clínica, nos atendeu na emergência e os desintoxicou. A primeira vez que ele gladiou com a morte e venceu...venceu aquela batalha.
A vida volta ao dia a dia, mas momentos difíceis familiares vieram e com estes a separação da família. Tratados sempre como filhos por nós e por toda nossa família, optamos de que os meninos ficariam comigo. E em uma outra viagem, vieram comigo para São Paulo. Muito bem educados e carinhosos, facilmente se adaptaram ao lugar. Ambos continuaram sempre muito próximos a mim. Eles me faziam construir um novo alicerce e a proteção era recíproca. O Iki, por ter uma característica de se manter próximo sempre e chamar atenção para sí, me fazia ocupar o tempo de um modo especial.
No começo ainda era um momento pessoal extremamente difícil para mim para me adaptar à nova fase da vida e à busca por novos projetos profissionais. Nos momentos emocionais complicados, em que eu me retirava para um pequeno laboratório de informática que montei nos fundos da casa (que também era o quarto deles), afim de curtir alguns momentos sozinhos, via o Shyriú deitar-se perto de mim, mostrando sua fidelidade eterna. Do outro lado vinha o Iki, que após correr para buscar uma de suas bolinhas, deitava a cabeça em meu colo e me olhava nos olhos com as orelhas baixas, pedindo meu carinho. Era o companheiro que sentia meu momento. Mesmo gesto que repetiu quando me viu sentir dor na morte do Snoopy, outro companheiro de 5 anos.
A retribuição vinha em divertimento frequente, escovação, passeios, que eu dividia com meu irmão e o que ele mais amava, banho e ser mimado.
Os momentos melhoravam e com isso a maior aproximação e convivência entre nós. Sempre foi gostoso, ver que ao chegar a noite, lá estava o Iki deitado na porta da sala, esperando que eu acompanhasse até sua cama. Era assim toda noite. Pela manhã, lá estava ele arranhando a janela do meu quarto, lembrando que já estava de pé. Com ele, meus horários eram sempre os da semana útil e me acostumei tranquilamente a isso.
Em 2013, uma comemoração especial por seu aniversário, nunca esquecido e como em todas as fotos que ele tinha, ele gostava de estar alí sendo clicado e se mostrava feliz com o mimo. O clique feliz da foto parecia representar o futuro que nos esperava, eternizando imagem tão linda.
Quando
eu chegava do trabalho, o Shyriú logo se aproximava feliz, mas atrás lá
vinha o Iki correndo muito rapidamente, buscando uma bolinha, das várias
jogadas pelo quintal, para ficar na boca, ultrapassar o shyriú e me esperar pegar e jogar a bola para
ele. Sempre foi assim e deixava meu fim de dia reconfortante. Por ironia, foi em um momento assim que percebí que algo acontecia de errado. Determinado dia, cheguei em casa e vi o Shyriú demorar, mas vir ao meu encontro sem tanta alegria. Guardei o carro e passei a chamar o Iki, ainda despreocupado. Caminhando para dentro de casa, vejo o Iki saindo lentamente do laboratório. A cabeça torta e faltava equilibrio. Rapidamente a corrida ao veterinário e o imediato diagnóstico de AVC. Uma nova rotina se iniciava, a de terapia. A perda temporária de visão e a dificuldade de locomoção não refletia a vontade que ele mostrava de querer vencer. E ele vencia. Nós vencíamos.
Me dediquei a buscar ferramentas para ajudar na recuperação em casa e locomoção. A sua morada se mudou para meu quarto aonde eu podia observá-lo à noite. Na clinica, o processo de recuperação causava surpresa, mas em nenhum momento se escondeu da possibilidade de recaída. Como eu disse, ele lutava e tinha o carinho de todos à sua volta. O amigo Shyriú, em uma imagem de tamanho amor pelo Iki, deixava de lado correr ao portão de casa, como fazia sempre, para ficar alí sempre do lado do irmão, do companheiro, visão que mais dava forças para compreender o sentimento daqueles entes tão importantes para mim e ajudar nesta nova luta.
E quando tudo caminhava para recuperação, uma grande crise veio. A corrida para a clinica, atendimento rápido, mas desta vez não conseguimos...O Iki se foi. Na minha frente ainda vejo seus ultimos lampejos de luta e quando escrevo isso, hoje me pego sentindo tudo de novo. Dor, Emoção à flor da pele e aos olhos...as lágrimas. Inevitável. Meu Amigo, Filho e Companheiro fiel, o doce Iki, partiu do nosso convívio.
Tristeza vista que em 6 anos de convivência o Iki jamais me deixou viver. Sentimento de perda incomparável. Nos dias que se seguiram, a observação me fez ver o Shyriú distante, desligado e passamos a nos ter ainda mais perto. Preencher o tempo era importante tanto para mim quanto para ele. A alegria surgia com as lembranças das peraltices, do papel higiênico quando filhote, dos jornais "lidos" com os dentes pelo Iki, do jardim sempre bem "assistido" de perto pelo focinho, do sofá de couro que não aguentava incólume o pula pula do Iki para subir, dos conectores de fios em que ele me "ajudava" a dar um jeito, retirando-os com a boca, mas principalmente da lembrança pela felicidade que eu via ao chegar em casa.
Algum tempo depois, por um feliz e grato presente de um Amigo, eis que um novo golden entra na familia, o Boomer. Como o Iki fez um dia, este também se fez presente a ocupar seu espaço e o mais importante, conquistou trazendo a parceria de volta ao Shyriú. Completado 1 ano de idade, o Boomer cria lindas imagens em nossa mente diariamente e enche de alegria ao dia a dia da familia, mas seu momento próprio, será descrito em um outro post.
Aprendi à duras penas que não tenho que guardar na memória os momentos dificeis do Iki, mas sim aqueles felizes. A você Iki, aonde esteja, lhe rendo este tributo em sua homenagem. Minha prova de Amor e Saudade eterna. Agradeço a Deus por ter colocado ente tão importante em cada momento em que fez parte de nossas vidas e sei que não falo só por mim.
Fica com Deus garotão.
Bjs do Papai.
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